Um punhado de novos autores revelou-se ao longo das nossas últimas oficinas de escrita. Muito empenho, alegria e generosidade, algum sobressalto, um pouco de receio mas.. o trabalho sério e apaixonado de todos deu frutos. O livro A minha vida dá um livro. A capa e a introdução desta obra antológica são testemunho. O lançamento da obra, na presença de amigos e familiares vai ser anunciado nos próximos dias e irá decorrer nas instalações da livraria Alêtheia, à rua do Século. Muito a propósito, uma antiga padaria pois... nem só de pão vive o homem.
A minha vida dá um livro; Elegias de amor e de ódio; Universos Paralelos; O Efeito Borboleta: aulas presenciais e cursos online.
sábado, 7 de dezembro de 2013
sábado, 30 de novembro de 2013
Universos paralelos ou viagem ao outro lado do espelho
Universos paralelos: um espelho; imaginação, toda; palavras: vossas. Eis a trilogia que vai ter de estar presente nas próximas Oficinas de escrita que desta vez priveligiam a ficção. Quem quer fazer uma viagem de ida e volta sabe-se lá onde e trazer na bagagen um presente todo feito de palavras vossas? A sirene do navio já soou. No próximo sábado dia 7, a bordo!
Por módulos:
1) Eu sou eu…do outro lado do espelho? Onde se irão trabalhar os primeiros momentos de uma narrativa de ficção. Método: Olhando-nos ao espelho, imaginário, colocado onde a nossa imaginação determinar, descreve-se o que vemos, de um e do outro lado da imagem. Registando detalhes, estranhezas, correlações ou discrepâncias entre o que vemos de um e do outro lado.
2)
Para onde vou… cruzando os portais do tempo e do espaço. Onde se irão determinar
os fundamentos da narrativa ficcional. Método: Atravessámos o
espelho. E agora, onde estamos? É igual, é diferente, é estranho? Estamos em plena
aventura. A viagem é a nossa imaginação que a proporciona. Tal como os sonhos,
somos nós quem os fabrica. Voar, é preciso.
Universos Paralelos
Viagem ao outro lado do espelho
Um
rosto ao espelho. Que rosto é este rosto? Do olhar para a descrição, palavra
por palavra, do «eu» que me olha do outro lado. Que paisagem me rodeia? Uma
parede, um muro, um jardim, uma praia? O espelho é um portal, podemos colocá-lo
onde quisermos.
Em
seguida, aproveitemos o momento precioso em que, entre as múltiplas dimensões,
se abrem os corredores de passagem e avancemos para o outro lado. Ali, onde a
aventura nos aguarda.
Quem
vem ao meu encontro? Para onde me levam os meus passos? Que mensagem recebo?
Que pessoas conheço ou reconheço, nesse mundo paralelo? Que sensações, que
emoções, experimento? Que novos lugares se me oferecem aos sentidos? Quero
ficar, quero voltar, quero fugir? De onde, de quem, para onde? Finalmente, que
história me acompanha quando, de novo deste lado, pouso os olhos na folha de
papel ou no ecrã do computador, onde a aventura ficará registada?
Ao
longo de três módulos de duas aulas cada, vamos até onde a imaginação nos transportar.
O desenrolar da oficina passo a passo:
– Eu sou eu? Ou «Do outro lado do espelho».
– Para onde vou? Ou «Cruzando os portais do tempo e do espaço».
– Momento fundador da narrativa. Ou «Universos paralelos».
– Eu sou eu? Ou «Do outro lado do espelho».
– Para onde vou? Ou «Cruzando os portais do tempo e do espaço».
– Momento fundador da narrativa. Ou «Universos paralelos».
1) Eu sou eu…do outro lado do espelho? Onde se irão trabalhar os primeiros momentos de uma narrativa de ficção. Método: Olhando-nos ao espelho, imaginário, colocado onde a nossa imaginação determinar, descreve-se o que vemos, de um e do outro lado da imagem. Registando detalhes, estranhezas, correlações ou discrepâncias entre o que vemos de um e do outro lado.
3) Universos paralelos, ou o que me aguarda do outro lado de mim? Onde se irá
trabalhar a narrativa ficcional proporcionada por esta viagem. Método: Estruturação da
história. Era uma vez. Naquele tempo, naquele espaço, o que me acontece? Que
aventura vivi? Quem encontrei, reencontrei, conheci ou reconheci? De certa
forma, trata-se de capturar por palavras nossas, uma migração do «eu» em seus
devaneios e vivências.
Contactos: email: manuela_gonzaga@yahoo.com ou https://www.facebook.com/pages/Oficinas-de-escrita/369065366502257
Contactos: email: manuela_gonzaga@yahoo.com ou https://www.facebook.com/pages/Oficinas-de-escrita/369065366502257
Livraria Alêtheia
Rua do Século, 13, 1200-433 Lisboa
(Estacionamento no silo da Calçada do Combro)
Telefone (+ 351) 210939748 * Email: aletheia@aletheia.pt
http://aletheiaeditores.blogspot.pt
Rua do Século, 13, 1200-433 Lisboa
(Estacionamento no silo da Calçada do Combro)
Telefone (+ 351) 210939748 * Email: aletheia@aletheia.pt
http://aletheiaeditores.blogspot.pt
Adicional: Ao longo do
tempo em que durar a Oficina, os participantes podem colocar questões à
orientadora, por email, ou pessoalmente. As anotações sobre a escrita, não
tendo qualquer intuito «crítico» serão conduzidas no sentido de orientar a
eficácia do discurso. Tanto quanto possível, essas considerações serão pessoais
– de orientadora a orientando/a.
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Querida avó
A bela carta que Alice Maravilhas nos deixa como fecho de abóbada das suas Elegias do amor e do ódio. Tocante. MG
Querida avó
Escrevo esta carta como forma de me chegar a ti, estar perto e de mão dada a lembrar-me quanto foste importante.
Tenho percorrido momentos felizes que me estruturam no dia a dia porque sei que estás a ajudar-me a transmutar as raivas, e de nó na garganta solto-me, e volto a sentir os momentos passados, das minhas vestes de amor e ódio.
Querida avó hoje senti-me longe, alguém me deu a tristeza no coração e ele chorou. Deixei-me levar pela insegurança dos meus sentimentos, esbanjei o amor no medo e rezingona instaurei as palavras do ódio. Culpei-me e culpei as instruções da cabeça
Viro e reviro as pregas do espaço e do tempo e situo-me nos vários pontos cardeais, no amor e no ódio em que me consumo.
Avó apetece-me encostar a minha cabeça no teu peito e soletrar o que sinto, limpar-me ao som de música e vontades e acolho a tua mão na minha face sedenta.
Aperto-me num nó que demora a soltar-se, minha querida avó, corro para o véu que esconde a fragilidade do coração.
Levanto-me e é no amor que me encontro. Avó, explica-me como me encontro e como me posso entregar sem medo, sem o receio de ser, de me expor e despojar dos desencontros da alma, aqueles que me levam a sentir bem, livre do medo da rejeição. Entorno-me em desalinhos de pele desidratada pelo cansaço de ser, pela vida que esculpe o amor e quando dói, porque dói, então agarro a tua mão e o mundo fica cheio e volto a sentir que sou.
Avó ainda me sinto perdida no amor, na lentidão de calçar os sapatos sem medo de caminhar.
Alice Maravilhas, Lisboa, Novembro de 2013
quarta-feira, 20 de novembro de 2013
Histórias de uma menina que nasceu de pé
Mais um texto de AR, cheio de fogo e, paradoxalmente, de alegria. É sempre reconfortante confirmarmos como a infância é tão mágica e poderosa que sobrevive às bruxas, aos ogres, e a tantos monstros que se ocultam nos quartos escuros da memória. A ilustração, colagem sobre papel, é da autora. MG
Colagem sobre papel, ilustração da autora
Nunca
conseguimos falar sobre o meu nascimento e o início da minha infância. Soube apenas que
o nascimento de um filho já não era esperado, nem desejado. Soube também que
a gravidez foi problemática e que, para agravar a situação, eu decidi vir ao mundo aos oito meses de
gestação, situação que, para a época, era tida como de grande risco. Para além
desta “precocidade”, nasci de pé e com uma incompatibilidade sanguínea, que
implicou risco de vida, vários dias de internamento hospitalar, uma transfusão
de sangue e a decisão da mãe de ter alta contra parecer médico.
Todos estes
acontecimentos foram-me sempre relatados como algo de catastrófico, que
impediram a minha mãe de ter uma vida livre. Para mim, porém, tamanha amargura era
ininteligível.
Constantemente
ouvia frases que me magoavam demais. A pior de todas era a de que eu tinha «sangue
do Diabo», porque me fazia sentir como um ser impuro, desprezível, diferente
das outras crianças. Pior, com esta frase, caía sobre mim a culpa de ter
causado tanto sofrimento à minha própria mãe. Na verdade, ao longo da minha
infância a nossa relação não melhorou. No plano material as necessidades foram
supridas, mas afectivamente ia-se criando um fosso, no qual eu tentava a todo o
custo sobreviver. Houve sempre uma incompatibilidade entre nós, muito mais
profunda do que a do sangue.
O meu pai
trabalhava demasiadamente, mas quando estava presente era tão apaziguador, tão
bom ouvinte, que a sua presença iluminava e aquecia todos os momentos que
passávamos juntos. Foi com ele que partilhei as questões relativas ao crescimento,
à sexualidade, à vida. E mesmo na hora de morrer, as suas últimas palavras
foram para me dar força, e para me pedir que cuidasse de mim!
E o que fazia
uma criança de cinco anos sozinha em casa durante várias horas por dia?
Descobria o seu Mundo, que supostamente estava limitado àquele apartamento, mas
que tinha inúmeros lugares para explorar! Não eram os brinquedos que me
entusiasmavam, mas sim os objectos dos adultos, com os quais eu construía as
minhas histórias de encantar!
E, quando mais
tarde pude descobrir o acesso à rua, através da janela que aprendi a abrir, foi
o êxtase. Por fim, estava ao meu alcance o vasto e excitante território por
explorar nas traseiras dos prédios, com novos amigos e novas brincadeiras, por
vezes arriscadas, que me transportavam para um mundo paralelo, onde eu era
feliz!
Colagem sobre papel, ilustração da autora
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Todos os sapatos servem
O texto, de uma grande intensidade poética, onde Alice Maravilhas traduz, palavra a palavra, imagens, sons, cheiros, emoções vindas do fundo da memória. MG.
Alice Maravilhas, Lisboa, Outubro, Novembro de 2013
I
Porque ando descalça a sentir o toque
Em toque toques, devagar para sentir o mundo
Pé ante pé, sem o mundo parar, giro em torno do dia-a-dia
com canseiras. Descalça.
Todos os sapatos servem para conhecer o desconhecido
que espreita nas minhas aventuras, no querer estar com o sentir
Os sapatos são os dias, uns são leves, ou com cor,
ou apertam, ou escorregam. São os sapatos
Às vezes calço-me sem saber o que não interessa
porque é preciso lá estar e vai-se caminhando com o desleixo do dia.
Às vezes calço-me e sei que o sol está, a luz brilha
nos meus sapatos e sou vaidosa.
Também dançam em bicos de pé solto, e sinto-me voar.
Os meus sapatos também voam
II
Marcaste sim, desenhaste-me a vida com cheiros e histórias,
rasgaste os dias em tons suaves, minha irmã.
Tiraste-me do desassossego dos dias que escureciam e
deste-me formas da alegria.
Nos dias de solidão, frios dos maus tratos, tu com conversas desmontavas e resolvias.
Ouvindo as tuas histórias sem nexo construía uma
realidade, a minha realidade, com a vida onde o desejo se soltava, onde o mundo
era doce, onde todos sorriam e brincavam com liberdade
Depois lá vinham as zangas e os gritos. Ou se a
raiva se instalava sem sentido, era mais físico. Então, tu chegavas, e nas tuas
histórias e nos segredos se apaziguavam as raivas.
Hoje tudo ficou para trás e sem querer as
recordações voltam, com outras formas, outras histórias de já sou mulher, com
outras vidas.
III
Lembro-me
dela na infância, talvez pelos meus quatro anos, na Beira Baixa, terras secas
de frio e calor. Assim conheci a minha avó, não doce ou talvez escondesse essa
doçura no olhar, mas uma verdadeira mulher que me acolhia com amor
Uma
avó gorducha, de faces rosadas, andar lento de dignidade e força, braços
abertos para o mundo onde todos se recolhiam. Assim construiu uma casa de
emoções, na freguesia do concelho de Idanha-a-Nova numa aldeia de construção de
granito e sombria. Uma casa com divisões escondidas por cortinas pesadas que
abrigavam na sua textura o inverno e onde facilmente se perdia a solidão
aquecida pelas braseiras espalhadas pelos quartos e salas. Uma casa com vida
própria, onde as tarefas com prazer apaziguavam a solidão da distância dos meus
pais e irmãos.
Imagens
soltas: na Páscoa, as visitas do padre de casa em casa levando o cruxifixo que todos
a beijavam; e os rebuçados atirados ao ar para que cada um apanhasse e depressa
para mais ter.
Da
escola primária onde a minha avó ensinava. Todos sentados no quintal da casa a
aprender a ler, mesmo com os livros de pernas para o ar, desenhávamos as letras
visualmente.
Da
matança do porco. Eu, proibida de assistir ao ritual, ouvia os grunhidos e de
longe sentia a agonia do animal.
Da
Bica de Azeite, um pão achatado típico da Beira Baixa à base de azeite sem
fermento. Os biscoitos em S também à base de azeite, elemento fundamental da
agricultura da zona
Cresci
… sentindo sempre a presença da minha avó em minha defesa, a acolher-me de forma
diferente dos meus irmãos
Quando
visito a aldeia, passo pela casa que outrora era enorme e num sentimento de
rever todas as imagens ligadas à minha avó, vejo uma casa pequena que outrora
fora enorme pelo amor .
Hoje
percebo esta ligação de amor, avó e neta, numa memória importantíssima que me
ajuda em momento menos fáceis. O meu nome, Alice, o mesmo da minha bisavó que
faleceu cedo, ainda a minha avó era adolescente.
Recordo
com prazer os dias da minha infância passados com a minha avó, quando, e de mão
dada cantarolávamos as duas “A Mimi é da vovó e a vovó é da Mimi”, e num
sorriso trocávamos beijinhos ainda hoje sinto marcados na minha pele
Hoje
calço outros sapatos e lembro-me que existem pessoas no nosso lado melhor da
vida.
quinta-feira, 14 de novembro de 2013
Menina pisando a linha
O belo texto de AR, que foi escrito ao longo destas Elegias do Amor e do Ódio. Um mergulho de alma e coração no coração de uma menina. Comovente e delicioso. MG
![]() |
Menina pisando a linha, pintura de autor do texto |
Quando nos conhecemos, tinhas
trinta e cinco anos. Eras uma mulher bonita, de estatura média, magra, de
cabelos pretos, olhos castanhos e uns lábios finos e bem desenhados. Vestias de forma impecável, embora
com alguma rigidez, sempre de fato, saia e casaco, de tons escuros e blusas ou
camisolas claras. E, quando ias à rua, o cabelo apresentava-se imaculadamente
penteado, sem um único fio desalinhado!
Eras uma mulher austera, rígida,
criando uma distância abissal entre ti e os outros, fossem os outros os vizinhos, ou a própria
família. Não te conheci amigos.
Quando eu era muito pequena, não
sabia onde trabalhavas. Só sabia que saías de casa, logo após o pai,
regressando à hora do almoço. Por vezes, voltavas a sair à tarde. E eu ficava
sozinha. Anos depois, sei que trabalhaste algumas horas com o pai. Eras, ou tornaste-te a pessoa
solitária que recordo, que apreciava vangloriar-se de fazer tudo na perfeição,
mas a quem, dificilmente, alguém via sorrir?! Raramente concordavas com as opiniões
dos outros. E a minha então, não contava de todo. De cada vez que emitia uma
opinião, dizias:
– Vais ter de comer muitas colheres
de sal para pensares como um adulto.
E claro que eu cumpria na perfeição
o conselho, pois, quando estava sozinha, e deixaste-me sozinha desde muito,
muito pequena, uma das minhas ocupações era comer sal às colheres, para me
poder tornar adulta mais depressa!
O pai, sete anos mais velho do que
tu, era um homem alto, de cabelo grisalho, olhos castanho-esverdeados, afável e
sempre disponível para ajudar. No entanto, trabalhava excessivamente, era
empregado de escritório numa grande firma de têxteis, pelo que, saía pelas
8h e só chegava à hora de jantar, que era impreterivelmente às 20h.
Vivíamos numa cave num bairro de
Lisboa. Era uma casa pequena, com pouca luz. O meu quarto e a sala não tinham
janelas. A cozinha era grande, sendo uma das minhas divisões preferidas, quer
pela quantidade de utensílios que eu podia explorar, quer pela janela, que se
tornou na minha porta para o Mundo exterior, quando aprendi a abri-la!
Havia um quintal em que os muros
que o delimitavam continham floreiras, que serviam de esconderijos para os
índios e os cowboys, nas brincadeiras com os meus amigos. E un pátio enorme,
onde corria, andava de bicicleta ou de carrinho de rolamentos. Também fazia
corridas de caricas na berma do passeio, subia e descia candeeiros de
iluminação pública, alheia a qualquer perigo que pudesse correr, tornando-me
destemida.
Mas esta diversão tinha de ser
controlada, pois tinha de terminar antes de regressares a casa. Então, voltava
a entrar pela janela, fechava-a e afivelava a minha máscara de menina bem
comportada! A menina que, numa docilidade aparente, suportava o tempo
infindável que passavas a fazer-me canudos, obrigando-me a ficar sentada num
banco, na cozinha!
Desde muito cedo que me obrigaste a
arrumar o meu quarto, mas o que poderia parecer um castigo, para mim constituiu
uma vitória, pois pude dominar naquele pequenino espaço, onde só cabia a cama,
uma mesa-de-cabeceira e uma estante. Tudo se passava debaixo da cama; era um
óptimo esconderijo para tudo o que era proibido. Os brinquedos estragados, os
bichos de seda, o hamster que esteve lá uma semana, emprestado por uma colega
e, mais tarde, as caixas de ovos que coleccionei e que depois forrei com papel
celofane e colei no tecto do meu quarto, deixando-te furiosa.
Era assim.
domingo, 3 de novembro de 2013
Que carta tão difícil de escrever
![]() |
«Girl reading a Letter at an Open Window» (1657) do pintor holandês Johannes Vermeer |
Foi tudo há tanto tempo, e parece que acabou de acontecer.
Tenho de dizer isto. Tenho de escrever isto. Se não esqueço-me. Ou então, nunca mais me esqueço. Tenho de largar este peso, soltar esta amarra, libertar o meu barco parado no cais do tempo.
Há uma criança à espera de mim. Essa criança sou eu.
Elegias do amor e do ódio em plena floração...
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